quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Vergaço e Germil: Aldeias perdidas a visitar

Há duas terras perdidas numa estrada que liga Terras do Bouro ao Lindoso. A Primeira Chama-se Vergaço. Infelizmente já lá só vive gente simpática mas de avançada idade. É daquelas aldeias que estão condenadas. Fica no cimo da serra, com panorâmicas fabulosas, carvalhais cerrados por todo o lado. para mim um lugar idílico. Adoraria lá viver. A outra, é Germil, um pouco maior, ainda tem algumas crianças, mas a escola já fechou e vão estudar a Ponte da Barca. É um lugar muito bonito também. Penso que ambas ficam na orla do PNPG.

Germil tem um percurso pedestre marcado, mas que aparentemente ainda não está homologado no site de Federação Portuguesa de Campismo e Caravanismo, nem referido no pedestriasnismo.blogspot.com. Já o fiz. O meu conselho é deixarem o carro em Germil, fazer pela estrada primeiro de paralelo e depois asfaltada até aproximadamente os cabos de alta tensão e aí, tomar a marca que diz para virar à esquerda. A parte superior do caminho, tem uma parte aberta recentemente, que tem  muito tojo e pedra solta. É desagradável e perigosa até. Enquanto a debaixo desenrola-se num carvalhal antigo, entre muros de pedra solta e caminhos de carreteiro,  onde é impossível o caminhanhte perder-se. A descida é íngreme, assim como a subida claro, mas vai dar direitinho a Germil onde há várias fontes para nos refescarmos.
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Em Vergaço estavam a fazer a silagem das maçarocas do milho.

Perspectiva de um espigueiro abandonado sobre os carvalhais.

As  ruas de Vergaço são todas cobertas por ramadas.
Mais uns edifícios abandonados, virados para a parte nascente da serra.

Outro espigueiro, este tem o telhado com lajes de granito.

Uma ponte tosca feita com lajes de pedra acima de Germil

Joel, um rapaz da terra, esperto. Ia levar as vacas a pastar no monte. Explicou-me que elas não gostam do caminho carreteiro. É quente, magoa-lhes os cascos e a erva cá debaixo é mais tenra. Depois ao final do dia, elas descem sozinhas. Espertas as vacas.

Amanitas rubescens. identificadas em cogumelosportugal.forum-livre.com. Cheiravam lindamente e são comestíveis desde que bem cozidas para eliminar as toxinas. Nesta fase da sua maturidade parecem pães de hamburguer. O problema é que quando mais maduras são confundíveis com as primas Amanitas pantherinas, altamente venenosas. Coexistem nos mesmos caminhos nestas bandas. Vai daí, nunca arrisquei.
3 Amanita rubescens. Também conhecidas por Vinosas.

Os caminhos de pedra solta entre o carvalhal e um ribeiro que não parava de cantar. Um sonho.

Lactarius piperatus a coisa mais picante que jamais provei. Pior que a pior das malaguetas. Identificada em cogumelosportugal.forum-livre.com.

Esta ponte feita de lajes de granito, atravessa o ribeiro e é um ponto particularmente bonito do caminho. Faz lembrar um jardim zen.

Do outro lado do vale, com o zoom no máximo consegui este pormenor do apicultor a tratar das suas abelhas, num casaco bem justo, para nenhuma entrar e ferrá-lo.

Escusado será dizer que em Setembro, não levo fruta na merenda e encho-me destas amoras suculentas.

Flores silvestres nas alamedas. Daboecia cantabrica, identificadas por Carlos Aguiar. Obrigado!

Penso que são líquenes a crescer sobre o musgo.

Adorava voltar a ver um dia, uma junta de bois a subir um carro destes sobre um caminho carreteiro do alto minho. É uma pena não termos o registo filmado desse esforço, a coordenação entre homem e animais sobre caminhos tão difíceis. Posso imaginar as ordens do condutor, o ranger do eixo, o barulho das rodas nas pedras e a expressão de esforço dos animais. Espero mesmo que alguém um dia lhe ocorra de relembrar esses tempos. Estarei lá.

Mais um programa que aconselho e repito.

Até breve!

Manel

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Percursos com problemas de manutenção e marcação

Terras do Nóbrega, Ponte da Barca

Os bombeiros de Ponte da Barca, tiveram a amabilidade de me ir buscar ao Alto da Torre, quando eu deveria estar perto de Sampriz, porque as marcas do percurso tinham sido levantadas, por terem andado a arranjar o estradão no final do circuito. Quem me disse foi um dos bombeiros que trabalha na Câmara.

É o Percurso das Terras do Nóbrega. Comuniquei educadamente à entidade promotora, via Email, logo a seguir. Isto foi em Maio de 2008 e nunca, se dignaram a responder. Bastava um aviso no seu site, donde fiz o download do percurso, avisando que as marcas tinham sido retiradas. Custa muito? O PNPG através do site do ICNB faz isso. Por exemplo quis fazer o trilho da Silha dos Ursos e no site está lá anunciado que o estradão até ao início do percurso está intransitável.

Mezio - Ribeira de Vilela - Arcos de Valdevez

Sem placa de início de percurso durante todo o verão e outono de 2008. É muito difícil encontrar a ligação entre Ribeira de Vilela e Boimo (por trás da escola), no mezio as marcas confundem-se com o trilho interpretativo do mezio do PNPG e a parte para Bostelinhos também está bastante confusa com muros derrocados e mato cerrado.


Pedra Alçada - Serra D'Arga Caminha

Trilho da Pedra Alçada na Serra D'Arga. Em Agosto passado, eram pouquíssimas as marcas que restavam. Nem sequer a do início do percurso junto à igreja da Arga de S. João. A parte abaixo do mosteiro de S. João D'Arga, quase só de catana. Tudo isto sucedeu após os incêndios de 2005

O Vereador do Turismo da Câmara Municipal de Caminha informou-me por email, que estão a proceder à remarcação deste e outros quatro trilhos na Serra D'Arga. Disse ainda que o CISA, centro de intrepretação ambiental da Serra D'Arga vai reabir e vai haver novos trilhos no Concelho. Boas notícias.

Não posso deixar de observar que são três trilhos do mesmo promotor, a Valimar.

Até breve!

Manel

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Ribeira de Vilela + Mezio - Trilhos para a Primavera

Mezio é tão pequeno que nem chega a ser um trilho, mas é muito bonito. Ribeira de Vilela (também chamado como trilho do Mezio pela Valimar, origina confusões), está mal marcado e com o mato cerrado em muitas partes. É difícil, mas o caminho carreteiro entre o planalto acima do Mezio (antes do parque de campismo da Travanca) e Vilela das Lages e depois a parte que vai da Ribeira de Vilela a Bostelinhos, estão com uma vegetação luxuriante, florida e os regatos todos a cantar na Primavera. Vale bem as arranhadelas por esta altura. Olho vivo porque o trilho está confuso e mal marcado, mas nada de perigoso, acaba-se por dar com ele.
A Parte entre Vilela das Lajes, Boimo e daí até ao Mezio, o fim do percurso, é que pessoalmente já acho um pouco demais, é difícil de encontrar a marca por trás da escola primária abandonada e com declives acentuados para quem já andou aquilo tudo, tem pouco interesse. A minha sugestão é que se tome a estrada asfaltada que lá vai dar direitinha que nem um fuso, também é bonita e tá-se lá em meia hora.
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Trilho onde o cheiro a pinho é muito intenso, descendo do miradouro do Mezio para um bosque de folhosas
Abrigo de pastor com o redil debaixo de faias e bétulas. O lugar certo para um descanso e merenda.

Regato perto de um redil feito com esteios para garranos, no meio do bosque

Redil de esteios com pasto para garranos

Bosque misto no Mezio

Os garranos por esta altura andam em manada. Acho que para proteger as crias muito jovens ainda

Gado barrosão no planalto acima do Mezio. Daqui é que se desce por um carreteiro até Ribeira de Vilela. Paisagem fantástica mas caminho duro.

À procura de uma sombra entre as pedras quentes do caminho carreteiro

Flores nos muros de pedra solta

Ribeira de Vilela dá para refrescar

Caminho para Bostelinhos, verde e florido e com muita água

Confluência de duas ribeiras em Bostelinhos

Carvalhal, todo verde

Prado florido em Bostelinhos

Até breve!

Manel

Trilho do Currais - Gerês - Set.08

Pelas suas paisagens tão variadas, este é um dos meus trilhos favoritos do Gerês. Além disso e quem conhecer os caminhos marcados com mariolas dos pastores, ou for com tempo equipamento e conhecimentos de navegação, deve ter imensas alternativas. Imagino que daqui até possa chegar ao rio e cascata do Arado.
A única observação que tenho a fazer é a descida da Pedra Bela para a Vila do Gerês. Achei íngreme demais, de saibro solto com uma vegetação desinteressante, perigosa e muito cansativa.
Da segunda vez que o fiz, apanhei um táxi na Vila do Gerês, deixei o carro no parque de campismo do Vidoeiro (2 km acima da Vila) onde supostamente o circuito deveria começar e fiz o percurso em sentido contrário, a partir da Pedra Bela. Esta batota custou-me 7€  e o percurso fica bem mais agradável. No final, peguei no carro e ainda fui fazer mais uns kms na geira romana da Portela do Homem, pela Mata da Albergaria, com direito a banhoca no rio Homem. 

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Há quanto tempo o Tempo esculpe estas fragas?


Duendes admirando a paisagem em amena cavaqueira

Curral da Carvalha das Éguas
Abrigo no Curral do Vidoeiro. Reparem no detalhe que só me apercebi quando editei esta imagem, da cruz deitada, gravada na porta do abrigo.
Panorâmica do Curral do Vidoeiro, com os abrigos e as mariolas. Os pastores precisavam mesmo destes marcos para se guiarem no meio da tempestade, ou há outras razões para as erguerem tão alto,  como aspectos culturais, marcação de  propriedade?
Flores lilazes que brotam nos pastos destas paragens no final do Verão
Merendera pyrenaica. Identificados por Carlos Aguiar. Obrigado!
Garranos no Curral do Vidoeiro
Cogumelos fimícolas - Crescem no esterco.
Vegetação na berma, antes de chegar ao medronhal

Medronhal. Os troncos assumem formas torcidas, fabulosas.

Cascatas no Rio Homem - Mata da Albergaria

Ponte de madeira que dá acesso às cascatas

Um dia que enche a alma.

Até breve!

Manel


domingo, 28 de dezembro de 2008

FunkyPots: Maus Hábitos 2007

Em Maio de 2007 pediram-me para dar um jeito ao pátio do Maus Hábitos. Queriam ajardinar aquilo. As premissas eram:
  1. Fazer algo enquadrado com o espírito do espaço
  2. Compatível e funcional com o intenso tráfego daquela área, desde os almoços até altas horas da noite
  3. Very, very, very, but very low budget.
O estado em que encontrei o pátio era este. Um fundo do quintal. Só faltava O tanque e o estendal da roupa. A proposta não podia ser mais aliciante

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Se o chão não podia ser ocupado com vasos, floreiras ou contentores, só me restava uma solução: Pendurá-los. Então ocorreu-me criar um pátio de cestos pendentes, com materiais alternativos, e inusitados:
  • Paus rolados da praia de Cortegaça. Sempre imaginei fazer alguma coisa com eles
  • Cestos de arame das mercearias falidas pelo advento das grandes superfícies, latas de tinta pintadas com esmalte forja e capacetes de obra invertidos.
  • Mais tarde, juntei penicos antigos esmaltados, bacias e baldes velhos de zinco (ainda não tenho imagens destes.
  • A iluminação foi feita com focos de 12volts, em garafas de alumínio, sem o fundo.
  • Pelo S. João ainda me deu para fazer uns cartuchos de lona para por uns manjericos.
  • No final do ano passado, chegámos à conclusão que a rega automática era fundamental. Poupávamos muita água e trabalho.

No primeiro ano joguei pelo seguro e apostei em petúnias surfinas para a parede mais ensolarada. Há mistura uns pelargónios pendentes e lantanas amarelas para dar volume no centro dos cestos e contraste cromático

Nos cestos de sombra usei musgo em vez de tela geotextil. Ainda lá está, mas completamente envolto pelas heras. Vou ver se arranjo umas imagens mais actuais.

Um cesto do verbenas pendentes de várias cores com alegrias no centro

Os cartuchos de lona com manjericos e um cesto forrado a lona também com milliumfolliuns (umas petúnias mas com flor mais pequena)

Panorâmica geral. Agora pela Primavera há mais capacetes a dar cor e as plantas ganham, mais volume. Na primavera passada foram plantados 500 bolbos de tulipas, narcisos e jacintos. A ver se no Maus Hábitos há fotos delas...

Mais um cesto de sombra com menta e outras ervas aromáticas usadas nas refeições vegetarianas e nas paredes, alegrias para dar cor.

Hoje temos lá um pequeno viveiro que abastece praticamente as plantas do pátio. Agora para o Inverno sairam as plantas anuais e entraram as prímulas, cyclamens, chorinas e outras que hão-de florir proximamente e na Primavera.

Se alguém precisar de renovar uma varanda, pátio ou mesmo jardim, pois terei todo o gosto em fazer uma proposta.

Até breve!

Manel

PS - Obrigado Daniel Pires! sem o teu entusiasmo, desde andar a rebocar paus pela praia, até arranjar soluções engenhosas para pendurar isto tudo, nada teria sido possível!