domingo, 15 de abril de 2007

Aldeia mágica em Arouca, guardada por dragão. Abr.07

Abril depois das chuvas, deve ser os momento ideal para fazer este trilho da Aldeia Mágica. As montanhas são extensões a perder de vista, cor lilás das urzes. As formas e sombras que assumem, nunca mais me sairam da minha memória. Fazem-me lembrar as garras do maior dragão do mundo que, cansado resolveu dormir ali à nossa frente, talvez a proteger a aldeia abandonada. Infelizmente não tenho imagens que dêem para fazer perceber o que descrevo, mas quem por lá passou, suponho que sabe o que quero dizer.
A chegada a Drave é uma surpresa fantástica. Só é pena não haver um projecto sério de recuperação desta aldeia abandonada devido ao isolamento e estado de pré-ruína.

Vejam as fotos.

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Uma pastora de Regoufe. Eu bem lhe pedia para por o cabrito no chão, mas ela disse que já tinha corrido demais atrás dele...
Perspectiva de Regoufe, onde o trilho começa e acaba. Uma aldeia que deve ter conhecido melhores dias no tempo da exploração do volfrâmio.
Do lado de lá, vai-se para Covêlo de Paivô. Se para Drave o solo é de Xisto, para lá é granítico. A divisão geológica é mesmo neste vale que termina em regoufe. Suponho que aquela mancha enorme de areia que vem muito mais de cima, ainda seja detritos das minas.

Eu achava que estes troncos, eram invenção dos desenhos animados.

Uma das garras das patas do dragão. Para cada lado há outra tão colossal como esta. A neblina cria-lhes nuances e sombras, como se fossem feitas de pregas de um couro grosso.

Desgaste do xisto, provocada pelas rodas dos carros puxados por animais.

Caminho vai ficando cada vez mais florido conforme nos aproximamos de Drave.

Muros de pedra solta de xisto, mas dispostas de uma forma que nunca tinha visto.

Mais arbustos em flor mesmo à chegada de Drave.

O primeiro núcleo de casas de xisto, num monte à esquerda, antes de passar o ribeiro.

Isto foi há quase dois anos. Dá pena pensar quantos destes telhados já terão caído. Ficaria muito feliz se soubesse da existência de um projecto sério de recuperação e aproveitamento turístico, recreativo, ou com qualquer outro fim objectivo, para não perdermos este espaço idílico.


Uma última perspectiva da aldeia mágica. Um epíteto que não é exagerado.

Campos e ribeiro ao fundo de Drave

Quero lá voltar este ano

Até breve!

Manel